A mostra para todas as idades acontecerá no Espaço Galeria da unidade, de 14 de setembro a 25 de novembro, com entrada gratuita
07/09/202319:41- atualizado às 14:20 em 09/09/2023
O Sesi Rio Preto apresenta, a partir do dia 14 de setembro, a exposição “Os Percursos do Eco” do grafiteiro e ilustrador Marcelo Eco. A mostra reúne um conjunto de obras representativas na carreira do artista carioca. São telas, fotos, black books, lambe-lambes, vídeos, maquetes e livros ilustrados por ele.
Marcelo Eco é um dos grandes nomes do Graffiti e dono de um estilo singular que foi construído ao longo dos seus 30 anos de carreira. Seus personagens com traços marcantes devido ao "queixo pontudo”, sempre dialogam com os locais que estão inseridos e se mesclam com a paisagem urbana. Os trabalhos do grafiteiro carioca já foram exibidos pelas ruas e galerias da Argentina, Itália, França, Alemanha, Holanda, Angola e Egito.
Para essa mostra, terão obras que contam a sua história, algumas que nunca forma expostas, e ainda serão produzidas obras inéditas que inclui a escultura de seu icônico personagem.
Todas as peças de “Os Percursos do Eco” estão sendo organizadas em estruturas cenográficas semelhantes aos andaimes de construção, remetendo aos centros urbanos, espaços onde os grafiteiros exibem sua arte. “Para produzir o grafite é preciso ter as ruas como suporte”, observa Marcelo Eco.
Quem visitar a exposição terá a oportunidade de conhecer obras inéditas do artista, como as esculturas “BonEco 1”, “BonEco 2” e “BonEco 3”, de um personagem em 3D, com mais de 2 metros de altura. O trabalho é um dos destaques da exposição, dividida a partir da trajetória de Marcelo Eco.
“Teremos obras lá do começo e outras que foram produzidas semanas antes da abertura”, revela Danielle Attini, que assina ao lado do artista a curadoria da mostra. "Também tivemos o cuidado de inserir um trabalho inédito de Eco, feito especialmente para a ocasião, em cada uma das aberturas planejadas pelo Sesi", explica a curadora.
Fases, cores e identidade
Preservando traços característicos de sua obra, Marcelo Eco percorreu diferentes expressões ao longo da carreira. Os personagens com o queixo pontiagudo, nas cores laranja e azul, estão entre os mais conhecidos do público e, claro, integram a mostra. As séries com desenhos de robôs, raízes das árvores e abstratos também poderão ser conferidas pelos visitantes.
Em estilo único, Marcelo utiliza 3D em desenhos que parecem estar saindo literalmente dos muros – além de uma paleta marcante de cores. “Já fiz muitas experimentações e coisas diferentes, mas gosto de expressar as referências do passado que carrego comigo”, explica.
As referências e reflexões
As ruas continuam sendo fonte de inspiração para Eco produzir. É observando os automóveis, o vaivém de transeuntes e a arquitetura dos centros urbanos que surgem suas ideias. Ao desenhar robôs, por exemplo, o artista propõe uma reflexão sobre como as pessoas estão vivendo mecanicamente. “É um questionamento que faço a mim mesmo, sobre o quanto estamos no automático”, revela.
Outras reflexões fizeram parte dos primeiros desenhos de Eco, que começou com a pixação. “Diferente de São Paulo em que o Graffiti integra a cultura Hip Hop, quando comecei no Rio não existiam muitas referências, era algo mais marginalizado.”, recorda o artista. “Vivia em um local desprovido de assistência, fui moldado pela escola e a arte que transformou a minha vida”, completa.
O artista
Carioca, Marcelo Eco tem 42 anos de idade e morou até o início da fase adulta em São Gonçalo (RJ). Depois, se mudou para o bairro da Tijuca, na mesma cidade. Mais tarde, foi para São Paulo onde também expressa sua arte em vias importantes da metrópole, como a Avenida Brigadeiro Faria Lima e o Túnel Rebouças. Eco já expôs em galerias como Art Paris (França) e WSA (Argentina), além de outros espaços culturais na Holanda, Itália, Espanha, Angola e Alemanha. Em São Paulo, o Museu Brasileiro da Escultura (SP) também apresentou suas obras.